Event report

Este workshop participativo realizou-se no dia 8 de fevereiro de 2022, das 11h às 12h15. Cerca de 52 pessoas estiveram presentes, dentre os quais 39 alunos de várias escolas de Portugal Continental. Esta sessão foi dada a estes estudantes de forma a prepará-los academicamente para uma Simulação do Parlamento Europeu nas Escolas, que foi realizada no dia 11 de fevereiro de 2022. O tema do Espaço Schengen e Política de Fronteiras foi abordado pelo Doutor Paulo de Almeida Sande, que acompanha os assuntos relacionados com a União Europeia há 36 anos. Trabalhou, durante 23 anos, no Parlamento Europeu, tendo sido, durante sete anos, responsável pelo Gabinete em Portugal. Foi assessor político do Presidente da República, é advogado e sócio de um escritório especializado em Direito da União Europeia. É, há vinte anos, professor convidado da Universidade Católica, tendo também lecionado no ISCSP e na Universidade Lusíada. Foi uma sessão bastante dinâmica graças ao orador e aos comentários dos representantes dos centros EuropeDirect da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve, assim como à vontade de aprender dos alunos e sentido crítico que estes apresentaram. Chegou-se à conclusão de que a Europa cada vez se comunica pior e que a UE tem de considerar isto para criar uma “ponte”. Mais de 1 milhão de pessoas viajam hoje diariamente no espaço da União Europeia, um grande passo desde o início da liberdade de circulação que evoluiu a partir do Mercado livre dos anos 50. Os alunos concordaram que o espaço Schengen era um exercício de liberdade com aspetos positivos e negativos, mas que nunca se deve ignorar o que está mal, dando mesmo o exemplo da radicalização dos discursos políticos dos dias de hoje. Concluiu-se, igualmente, que este é um espaço virtuoso (com controlo externo e respetivos sistemas de segurança), mas que é, da mesma forma, um sistema fragilizado, cabendo aos mais jovens sugerir políticas que estejam de acordo com o modo de vida atual, bem como ao governos e à União Europeia de considerar estas regras e adotar medidas que vão de encontro a estas propostas. Embora tenha havido um debate no que toca à questão de uma Europa federal, concluiu-se que as soberanias nacionais permanecem. No entanto, os alunos estiveram de acordo com a ideia de o que nos une é muito mais do que aquilo que nos separa e que o primado da lei europeia era basilar. Sendo que a UE foi pioneira nesta realidade de livre circulação, os estudantes questionaram a realidade do Espaço Schengen no pós-pandemia, uma vez que se perdermos a liberdade de circulação perdemos uma parte importante deste ideal. Os estudantes finalizaram este debate com a ideia de que a única coisa verdadeiramente importante para o nosso futuro é a educação, e com o facto de a UE ter de redescobrir o seu soft power através da nossa nova geração. A ideia no final da sessão foi que a UE funciona como uma uma realidade importante e difícil, e que a construção europeia se fez com solidariedade, sendo necessário continuar com esta noção em políticas futuras. A sessão decorreu como o expectado, tendo tido críticas bastante positivas por parte dos alunos e professores participantes. Este workshop faz parte de um conjunto de quatro sessões de formação para os alunos sendo o resultado desta Simulação será um documento nacional, onde os representantes de cada escola irão expressar as suas preocupações e enumerar as medidas propostas, votadas entre eles enquanto deputados, para cada um dos tópicos em discussão. O documento será entregue aos decisores políticos nacionais e europeus, assim como submetido na Plataforma da Conferência sobre o Futuro da Europa.